odio
Não me bastas,
Minto-te.
Sou indigno, impróprio, e efervescente.
Se me abraçam, ganho urticária.
Um elogia soa-me a falsa lisonja e
Tenho ódio a quem me quer.
Menti-te.
Não me abandones: converte-me.
Falta-me religião e fé.
E tenho pena de mim.
Ensina-me um mantra,
Localiza-me os chackras,
Faz circular o meu chi,
Acende uma vela.
Ou, então, se é mais fácil:
Dá-me porrada, chama-me nomes.
Beija-me, seduz. Faz-me sofrer.
Há algo em mim que é podre,
há algo de vilania nesse teu olá, e
Sabes-me bem assim ausente.
deixa-te estar, não sei que quero.
Se me chegas ou me ocupas, Se me distrais das minhas culpas, Se és homem ou mulher.
Mas é desse gelo que eu preciso para acalmar esta febre, e o teu ácido limpa-me as feridas e arranha o pus. Deixa-te estar. Sou indecisão, e enquanto me adio, anestesias-me da dor de ser.
Tu dás-me sede.
(a continuar)