carvao
Mas não me toquem, porque eu fervo,
Não me toquem, porque eu queimo.
Este calor não é saudável,
Não faço bem a ninguém.
De mim só se aproximam os
Loucos e desalmados;
Hereges e possuidos;
Vazios desencarnados;
Profetas e sem-abrigo,
Os suicidas.
Não sou caridade,
eu não sou pura bondade;
não faço bem a ninguém.
Eu fervo.
Eu fervo.
Deixem-me só.
Despejem sobre mim uma
bacia de urina fria e
Deixem-me a maçerar.
Que eu cozinhe a lume lento.
Que eu nem sirvo para encher buracos.
Porque não sou primeira escolha,
Nem reserva, nem decisão.
Sou o que resta, quando do forno se tira o pão.
Sou a cinza que já não coze mas queima.
Sou calor que não te mata mas mói.
Eu fervo!
Eu fervo!
Eu sou carvão.
Não me toquem, porque eu queimo.
Este calor não é saudável,
Não faço bem a ninguém.
De mim só se aproximam os
Loucos e desalmados;
Hereges e possuidos;
Vazios desencarnados;
Profetas e sem-abrigo,
Os suicidas.
Não sou caridade,
eu não sou pura bondade;
não faço bem a ninguém.
Eu fervo.
Eu fervo.
Deixem-me só.
Despejem sobre mim uma
bacia de urina fria e
Deixem-me a maçerar.
Que eu cozinhe a lume lento.
Que eu nem sirvo para encher buracos.
Porque não sou primeira escolha,
Nem reserva, nem decisão.
Sou o que resta, quando do forno se tira o pão.
Sou a cinza que já não coze mas queima.
Sou calor que não te mata mas mói.
Eu fervo!
Eu fervo!
Eu sou carvão.
5 Comments:
Alma que vagueia pela escuridão, dizes que só fazes mal, que não serves, que só estragas aquilo em que tocas. É possível que assim seja. Mas somos uma incógnita mais para nós mesmos do que para os outros, louco é aquele que pretende descrever-se. Pretensiosismo vão.
Mas, repara, nem toda a gente procura o pão douradinho e fumegante acabado de sair do forno aquecido, bem cheiroso e saboroso. Há-os também que apreciam o que os outros rejeitam -- o que sabem eles? -- e não te recolhem no colo por piedade, não, mas porque sentem que és muito melhor do que se percebe ao primeiro piscar. Ninguém dá nada pela concha que protege a pérola. Mas pela pérola...
Carvão serás, mas nas mãos certas... Deixa que te envolvam, te moldem, deixa que te transformem. Conhece o que desconheces, estuda o que te proibiram, arrefece o teu fel, aceita quem vem por teu bem. Ele chegou.
EU cheguei.
"Macerar" ñ é com "Ç"
Este poema está mt bem escrito, gosto mt. Escreves mm mt bem, Nocturne. nota-se em ti uma grande raiva, mas o melhor é que ela é dirigida para a criatividade, a sensibilidade expressa nas entrelinhas do desalento e da falsa abnegação demonstram em ti grande potencial.
Irás longe como poetisa. Trabalha a forma, pq já tens a alma.
P.S: in fact, I did not assist Professor Bulwer, I just watched. Professor did all the killing. Nosferatu, Count of Orlok, didn't even know what hit him.
Nota-se que esse Breath of Life gosta de ti, Nocturne.
aceitam-se críticas e conselhos...
obrigada.
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