6.16.2005

carta de adeus do mau amante

Desconheçe-te se quiseres o vazio,
inútil caminho fácil e transcorrido.
Ignora cada desejo e intuição e perde-te.

Mas não me procures, não me chateis.
Não me venhas pedir colo,
Eu não te seguro pela mão,
Não tenho mãos inteiras.

Retira bruscamente a tua cabeça do meu ombro:
Não te suporto o peso.
Não te percebes: não me és nada!
Usei-te numa ocasião tão só em que

Precisava do peso de umas pernas á volta do pescoço.
Não me enforques.
O fio da lâmina que percorro

Em equilibrio não segura os teus pés.

Arranja o teu próprio mapa, eu não tenho rota.
O caminho que percorro tem

agruras, tem rasteiras, sombras e espinhos.
E eu gosto dele assim.

Nunca gostei de coisas fáceis. tu és fácil.
Sai-me da frente:
És suave, terna e doce e

Corro o risco de me fazeres feliz.

Sai-me da frente.
Queres-me bem.
Já tens traçados planos e

votos que eu não sei cumprir.
Eu sei que é boa e respeitável,

Odeio isso: és hedionda.

Não me respeites,
Não me seduzas,
Não me atraias, eu não te sirvo!

Eu não procuro, eu não conquisto, eu não te quero.
Corres o risco de me amar:

Não funcionas.

Espera, não!
Sai-me da frente:

Tu és Melhor.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

I am not that person
I don't think like that
And dont you dare think I am
Or I am sure to became him
And I don't want that

3:37 da manhã  

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